Entre as responsabilidades de ser mãe, dona de casa, esposa, estudante e líder empresarial, executivas descobrem no trabalho flexível uma oportunidade para impulsionar suas carreiras e equilibrar seus diversos papéis na sociedade.
Flexibilidade: O Trampolim para o Sucesso
O modelo de trabalho flexível, que inclui horários ajustáveis para entrada e saída, regimes híbridos ou home office, está criando novas oportunidades para que mulheres alcancem posições de liderança nas empresas. Isso é evidenciado pela pesquisa “Avançando na Igualdade: Mulheres no Ambiente de Trabalho Híbrido”, conduzida pelo IWG, especializado em espaços de trabalho flexíveis como coworkings e escritórios.
A pesquisa, realizada com mais de 1.000 profissionais em regimes híbridos, revelou que a flexibilidade permitiu a mais da metade (53%) delas buscar promoções ou se candidatar a cargos mais altos.
O estudo também revela que:
- Para 73% das mulheres pertencentes a grupos minoritários, o trabalho híbrido proporcionou novas oportunidades que, de outra forma, não estariam disponíveis.
- Dois terços (67%) afirmaram que essa modalidade contribuiu para igualar as chances de avanço na carreira.
- Além disso, 70% acreditam que o trabalho híbrido tornou seu ambiente de trabalho mais inclusivo.
Trabalho Doméstico vs. Corporativo
Para a grande maioria das mulheres (89%) que participaram do estudo do IWG, o trabalho híbrido facilita o equilíbrio entre as responsabilidades profissionais e os compromissos familiares.
“É fundamental destacar que as mulheres dedicam 8 horas a mais do que os homens em tarefas domésticas, incluindo o cuidado com os filhos,” afirma Carine Roos, mestre em Gênero pela London School of Economics and Political Science e fundadora e CEO da Newa, uma consultoria especializada em preparar organizações para um futuro mais inclusivo.
Essas pesquisas mostram que a flexibilidade no trabalho pode não apenas melhorar a qualidade de vida das mulheres, mas também garantir a continuidade de suas carreiras. Quando uma empresa rejeita ambientes de trabalho híbrido e remoto, frequentemente resulta no abandono das carreiras dessas profissionais.
A Maternidade como Mais um Desafio
Além das responsabilidades domésticas, pesquisas indicam que as mulheres enfrentam uma disparidade salarial considerável após a maternidade. Um estudo publicado em fevereiro deste ano na revista European Sociological Review revelou que as mulheres britânicas que se tornam mães experimentam uma redução salarial de aproximadamente 45% a médio e longo prazo em comparação ao que teriam ganhado se não tivessem filhos.
Na contramão deste cenário, algumas mulheres conseguiram ser promovidas durante e após gestação ou até no retorno para o mercado após a licença maternidade – tendo o trabalho híbrido como um grande aliado.

Maria tem 4 filhos, três mais velhos e um de nove anos. A flexibilidade no trabalho lhe permite conciliar as responsabilidades com o filho mais novo, como pegá-lo na escola e levá-lo para almoçar.
“Às vezes ele faz dever de casa na sala enquanto eu estou trabalhando. Eu tenho muito mais flexibilidade com ele por causa do trabalho do que eu tive com os meus filhos mais velhos, de 30, 29 e 27 anos, que era um tempo em que eu tinha que estar presencialmente no escritório. Passava 8, 9 horas por dia longe deles. Só essa presença faz muita diferença”.
A flexibilidade no trabalho tem se mostrado um fator crucial para o sucesso das mulheres em cargos de liderança. Ao oferecer opções como horários ajustáveis e regimes híbridos, as empresas proporcionam às mulheres a capacidade de equilibrar responsabilidades profissionais e pessoais de maneira mais eficiente. Essa abordagem não só facilita o avanço na carreira, mas também promove um ambiente de trabalho mais inclusivo e igualitário. A adoção generalizada da flexibilidade no trabalho pode, portanto, ser a chave para desbloquear o potencial pleno das mulheres e construir uma liderança mais diversificada e eficaz.